29 / 03 / 2023 - 08h24
Bancos retomam consignado do INSS após Conselho da Previdência subir teto de juros a 1,97%

Parte dos bancos brasileiros anunciou que vai retomar a concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), depois que o teto de juros foi reposicionado em 1,97% ao mês.

A linha de crédito beneficia aposentados e pensionistas, e libera empréstimos com juros mais baixos tanto na modalidade convencional como para o cartão de crédito atrelado ao benefício social. O Bradesco, o Banco do Brasil, o Santander Brasil e o Banco PAN confirmaram a retomada das operações na modalidade.

Em nota, o PagBank Pagseguro também informou que os clientes poderão contratar os empréstimos consignados do INSS "diretamente pelo aplicativo". Já o Itaú Unibanco afirmou que ainda avalia se voltará a conceder empréstimos da linha.

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, disse que ainda aguarda a publicação da Instrução Normativa do INSS para retomar a oferta do crédito, reiterando que deve ter uma taxa média de 1,87% ao mês.

O Daycoval é outro banco que irá retomar a modalidade após a publicação da normativa.

Reajuste do teto

O teto do consignado foi reajustado em reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) nesta terça-feira (28). O órgão precisou resolver um impasse que ele mesmo gerou ao reduzir o teto de juros além do esperado pelos bancos e financeiras.

Os bancos participaram da reunião feita pelo CNPS nesta terça-feira (28), representados pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), mas decidiram se abster da votação sobre o teto de juros.

Isso porque, segundo a entidade, apesar de os juros ainda estar abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito, a proposta ainda representa um importante avanço em relação ao teto anterior, de 1,70%.

"Os bancos, contribuindo para encerrar o impasse e diante de impactos na concessão dessa linha de financiamento que ainda serão avaliados, decidiram se abster na votação", informou a federação.

"Caberá a cada instituição financeira, diante de sua estratégia de negócio, avaliar a conveniência de concessão do consignado para os beneficiários do INSS no novo teto de juros fixado pelo Conselho de Previdência", completou a Febraban em nota oficial.

Impasse

Na semana passada, o teto do consignado tradicional havia passado de 2,14% para 1,70% ao mês. Já nas operações com cartão de crédito consignado, os juros passam de 3,06% para 2,62% ao mês.

Os bancos brasileiros decidiram, então, suspender a concessão de novos consignados do INSS, alegando que a concessão de crédito nesse patamar de juros é inviável. Na lista estavam grandes nomes do setor, como o Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa, Banco do Brasil, Daycoval, Pagbank e PAN — mas chegaram a 95% dos bancos.

Na semana passada, em reunião com o governo, bancos ofereceram reduzir o teto dos juros de consignado para aposentados do INSS para uma faixa entre 1,99 e 2,01%. O Ministério da Previdência Social defendia que os juros ficassem na casa de 1,95% ao mês, ou um pouco abaixo. O governo insistia em um valor abaixo de 2%.

O governo tem pressa porque, depois da decisão dos bancos de suspenderem as operações, os aposentados ficaram sem crédito a taxas mais baixas e, se precisarem de um empréstimo, terão de contratar com juros mais altos.

Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Previdência Social, 8 milhões de beneficiários do INSS possuem algum contrato ativo de consignado e cerca de 1,8 milhão já chegou ao limite de utilização, que é de comprometimento de até 45% da renda.

FONTE: G1



20 de Maio de 2024 00h:14
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